Admiração sempre tive
Pelo poeta Álvares de Azevedo.
Que na plenitude sagrada da poesia,
Debruçava-se em amáveis pensamentos.
Da dor da paixão mal resolvida,
Que das fibras o coração dilacerava...
Sonhava das noites mal dormidas
Pelo beijo sagrado da mulher amada.
Das suas obras só uma coisa eu não entendia,
Como o amor impossível assim se nutria
E lhe definhava a cada dia o seu viver.
Mas, hoje diante de um amor que tenho...
Tão improvável, platônico e nada sereno...
Eu sei muito bem o que o poeta tentou dizer.
(Nelson Rodrigues de Barros)
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