terça-feira, 10 de outubro de 2017

QUANDO MORRE UM POETA


Aos poetas Nilton Alves, Marcio Carvalho
e Reinaldo Sanches falecidos recentemente,
e a poeta Marici Bross falecida no dia 24/11/2007

Um vento varreu entranhas,
espalhou pela casa guardados,
palavras, versos, poemas,
imagens estranhas, loucura,
cartas, retratos, recortes,
folhas de papel manuscritas
de um livro não terminado.

Espalhou pétalas de rosa,
é bem verdade, também espinhos,
folhas secas, lembranças de outonos,
e um frasco inteiro de perfume,
espatifado no chão da sala
impregnada pela essência dos sonhos
que um ser poeta sonhou.

O vento que varreu entranhas
quebrou vidraças, espelhos
e um porta-retrato com a sua imagem.
Derrubou prateleiras e livros,
espalhou pelo chão meus CD.s
e minha coleção de pedras e de corujas.

O vento que varreu entranhas,
abriu portas, escancarou janelas,
arrebentou samambaia chorona,
destruiu renda portuguesa,
derrubou gaiola de pássaro...


Canário da terra aproveitou e voou!


NALDO VELHO

Nenhum comentário: